quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Projeto Sala de Recursos Multifuncionais

Estado do Rio de Janeiro
Secretaria Estadual de Educação
Coordenadoria Regional da Região Serrana II
C. E. Ramiro Braga – UA. 18. 1088
R: Dr. Péricles Corrêa da Rocha, 465 - Centro –
Tel. Fax (22) 2566 -3081
Bom Jardim – RJ – CEP 28660 – 000




(...)A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos

diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas práticas pedagógicas. Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula.

Para que essa escola possa se concretizar, é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis

com a inclusão.

Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela sua qualidade. O desafio de fazê-lo acontecer nas salas de aulas é uma tarefa a ser assumida por todos os que compõem um sistema educacional. Um ensino de qualidade provém de iniciativas que envolvem professores, gestores, especialistas, pais e alunos e outros profissionais que compõem uma rede educacional em torno de uma proposta que é comum a todas as escolas e que, ao mesmo tempo, é construída por cada uma delas, segundo as suas peculiaridades.(MANTOAN,p.7,2010)

1 – Identificação da escola

Colégio Estadual Ramiro Braga
N° de alunos: 714 alunos
Níveis de ensino: Ensino Fundamental –1ºsegmento e 2° segmento, Ensino Fundamental, Ensino fundamental Noturno, Ensino Médio/Normal.

2 – conceituação

Visando a atualização do projeto da Sala de Recursos, de acordo com a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva há que se considerar seu objetivo: o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais, garantindo:

· Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior;

· Atendimento educacional especializado;

· Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;

· Formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão escolar;

· Participação da família e da comunidade;

· Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, nos transportes, na comunicação e informação; e

· Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

Sob esta ótica a dinâmica funcional da Sala de Recursos Multifuncionais passa a ser guiada pelo Atendimento Educacional Especial que conceitua-se da seguinte maneira:

· As SRM são espaços físicos localizados nas escolas públicas de educação básica; neles se realiza o Atendimento Educacional Especializado – AEE.

· São dotadas de mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos para o atendimento aos alunos, em turno contrário ao que freqüentam a escola comum.

· É um espaço da escola, sendo de responsabilidade do diretor e da comunidade escolar a conservação, a organização e a administração do mesmo.

· O AEE é um serviço da educação especial que [...] identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas (SEESP/MEC, 2008).

· O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino.

· O AEE não se confunde com reforço escolar. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros.

· O AEE é preferencialmente realizado na própria escola em que o aluno estuda, no período inverso ao da sala de aula comum que ele frequenta.

As Salas de Recursos multifuncionais são espaços da escola onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado para alunos com NEE, por meio do desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, centrada em um novo fazer pedagógico que favoreça a construção de conhecimentos pelos alunos, subsidiando-os para que desenvolvam o currículo e participem da vida escolar.

Configuram-se como clientela para a Sala de Recursos Multifuncionais :

Alunos com deficiência: aqueles com impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial que podem ter obstruída/dificultada sua participação plena e efetiva na sociedade diante de barreiras que esta lhes impõem, ao interagirem em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2006).

Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) e transtornos invasivos sem outra especificação (MEC/SEESP, 2008).

Alunos com altas habilidades/superdotação: estes alunos devem ter a oportunidade de participar de atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de suas escolas em interface com as instituições de ensino superior, institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes, dos esportes, entre outros.

O serviço de natureza pedagógica, conduzido por professores especializados, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para demais alunos) o Atendimento Educacional realizado em classes comuns da rede regular de ensino. Esse serviço adequado ás Necessidades Educacionais Especiais dos alunos; pode-se estender aos alunos de escolas próximas da rede Estadual, nas quais ainda não exista o atendimento. O atendimento pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais semelhantes.

Formação do professor de Sala de Recursos Multifuncionais na modalidade do AEE:

O Atendimento Educacional Especializado realizado na Sala de Recursos é realizado mediante atuação de professores com conhecimentos específicos no ensino de:

LIBRAS, língua portuguesa na modalidade escrita, como segunda língua de pessoas com surdez

sistema Braille, sorobã, orientação e mobilidade, utilização de recursos ópticos e não ópticos

Tecnologia Assistiva - TA

desenvolvimento de processos mentais,

Adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, enriquecimento curricular e outros.

Entre as atribuições do professor da Sala de Recursos multifuncionais SRM estão:

· Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias, considerando as necessidades específicas dos alunos de forma a construir um plano de atuação para eliminá-las.

· Reconhecer as habilidades do aluno: ao identificar certas necessidades do aluno, o professor de AEE reconhece também as suas habilidades e a partir de ambas traça o seu plano de atendimento.

· Produzir materiais tais como: transcrição de textos, adequação de materiais didático-pedagógicos, ampliação de textos, gravação de textos, entre outros.

3-Histórico da Sala de Recursos do CERB:

Tempo de existência: A sala de recursos foi criada baseada na Constituição federal e na portaria nº 19 da Coordenadoria Geral pedagógica de 12 de Maio de 1992 (D.O Estado) Data de autorização legal para o funcionamento da Sala de Recursos no Colégio Estadual Ramiro Braga : 08/02/1994 através do oficio n° 5 de 08/02/94/CERB/94, a Agencia de Administração Escolar autorizada em 30/03/94 pela então Agente Margareth da Silva de Jesus.

A Sala de Recursos foi criada no Colégio Estadual Ramiro Braga, com objetivos de dar prosseguimento as políticas educacionais que visavam os alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Mais precisamente o objetivo era atingir o mais cedo possível a essas crianças minimizando os danos cognitivos, afetivos, sociais e psicomotores dos mesmos. Nesse período (1994) a visão que a Educação Estadual e Federal tinha, era sob o paradigma da Integração, ou seja, oferecer meios a criança para que ela apesar de suas necessidades especificas se integrasse aos modelos de educação regular, oferecida de maneira igual a todos os alunos. A escola nesse processo fazia o que estava dentro das possibilidades. Não oportunizando a todos o direito de participação na construção dos saberes, junto ao seu grupo social.

A partir da publicação da resolução SEE n° 3129 de 12 de Julho de 2006, um novo olhar foi direcionado às praticas pedagógicas da Sala de Recursos do C.E.R.B. Adequando o trabalho desenvolvido ao perfil das políticas filosóficas e legais da Educação Inclusiva.

“O movimento pela inclusão se constitui numa postura ativa de identificação das barreiras que alguns grupos encontram acesso á educação e também na busca dos recursos necessários para ultrapassá-las, consolidando um novo paradigma educacional de construção de uma escola aberta ás diferenças. Dessa forma, promove a necessária transformação da escola e das alternativas pedagógicas com vistas ao desenvolvimento de uma educação para todos nas escolas regulares” (II seminário nacional de Formação de gestores e educadores – Mec 2005)

No ano de 2007 a professora da Sala de Recursos ingressou no curso de Pedagogia do CEDERJ/UERJ com objetivos de atualizar e ampliar sua práxis pedagógica concluindo em agosto de 2011 ; em 2010 ingressou no curso de especialização em Atendimento Educacional Especializado oferecido pela SEESP/MEC em parceria com a Universidade Federal do Ceará sendo concluído em setembro de 2011. O investimento em formação acrescentou ganhos significativos a qualidade das ações desenvolvidas na Sala de \Recursos Multifuncionais, ao desenvolvimento dos alunos incluídos nas escolas e na transdisciplinaridade dos professores de sala de aula com o professores de SR, equipe pedagógica e gestores das escolas que constroem cotidianamente a inclusão.

4 – Descrição do espaço físico:

- Altura da sala: 3,53m

- Comprimento da sala: 7,23m

- Largura da sala: 2,80m

-Banheiro na sala

- Móveis: três armário,oito jogos carteiras escolares para alunos,3 mesas de professor

-3 computadores

-1 impressora

-Climatizador de ar

5 – Justificativa

Por localizar-se junto ao centro do município de Bom jardim,ser caracterizada como escola de grande porte e ter feito a opção entre as modalidades de ensino oferecidas pela escola a Educação Especial desde o ano de 1994. O Colégio Estadual Ramiro Braga insere-se de forma privilegiada na construção do processo de inclusão em suas salas de aulas; e nas salas de aula das escolas Estaduais do seu entorno. Oferecendo o Atendimento Educacional Especializado em sua Sala de Recursos Multifuncionais , aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais.

A opção pela inclusão de todos os alunos pauta-se na constituição federal de 1988 que nos traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).(MEC/SEESP,2007)

Ao desejar uma escola ética , democrática e plural todos os membros da comunidade escolar devem comprometer-se em partilhar responsabilidades no combate ao pré-conceito acerca da diferença. Acolhendo e oferecendo suporte a necessidades de todos os alunos , promovendo o acesso a aprendizagem e autonomia para a vida.Nesta perspectiva a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva acrescenta:

O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.(MEC/SEESP,2007)

Dessa forma a Sala de Recursos Multifuncionais insere-se neste contexto como suporte privilegiado a práticas pedagógicas inclusivas, e a promoção da acessibilidade e construção da cidadania de todos os alunos. Direcionando as ações contempladas neste projeto e no Projeto Político Pedagógico da escola ao acolhimento e aprendizagem de todos os alunos. Para Mantoan, 2010(...) as mudanças necessárias não acontecem por acaso e nem por decreto, mas fazem parte da vontade política do coletivo da escola, explicitadas no seu Projeto Político Pedagógico – PPP e vividas a partir de uma gestão escolar democrática.

6 – Matricula

-Estarão aptos a matricula na Sala de Recursos Multifuncionais, alunos que estiverem matriculados em escolas do ensino regular na rede estadual de ensino.

- Alunos com deficiência: aqueles com impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial que podem ter obstruída/dificultada sua participação plena e efetiva na sociedade diante de barreiras que esta lhes impõem, ao interagirem em igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2006).

Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) e transtornos invasivos sem outra especificação (MEC/SEESP, 2008).

Alunos com altas habilidades/superdotação: estes alunos devem ter a oportunidade de participar de atividades de enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de suas escolas em interface com as instituições de ensino superior, institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes, dos esportes, entre outros.

De acordo com as políticas de educação inclusiva e a resolução SEE n° 3129:

- Art. 2° - São considerados elegíveis para a Sala de Recursos aqueles alunos com necessidades educacionais especiais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos de caráter temporário ou permanente, definidas no art° 7° da Deliberação CEE n° 291/2004.

-§2° - Os alunos matriculados em escolas e classes especiais não são elegíveis para a Sala de Recursos.

De acordo com as políticas de Educação Inclusiva e Decreto Nº 6.571, de 17 de Setembro de 2008:

- Art. 6o O Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007, passa a vigorar acrescido do seguinte artigo:

Art. 9o-A. Admitir-se-á, a partir de 1o de janeiro de 2010, para efeito da distribuição dos recursos do FUNDEB, o cômputo das matriculas dos alunos da educação regular da rede pública que recebem atendimento educacional especializado, sem prejuízo do cômputo dessas matrículas na educação básica regular.

- O aluno deverá ser matriculado novamente na Sala de Recursos Multifuncionais, constando em sua pasta o parecer pedagógico que encaminha o aluno, o último relatório de sala de aula, laudo diagnóstico da NEE que apresenta,cópias de documentos pessoais como certidão de nascimento , comprovante de residência, documento de identidade do seu responsável, endereço e telefone.

-Deverá constar na pasta do aluno os relatórios de avaliação semestrais redigidos pelo professor da Sala de Recurso Multifuncionais, bem como uma cópia dos mesmos na pasta individual arquivada em sua escola de origem.

7– Encaminhamento

- Ao ser encaminhado para atendimento na Sala de Recursos; a escola de origem deverá elaborar parecer pedagógico com a participação do professor e equipe pedagógica com a anuência do NAPES.

8 – Freqüência

- Cabe ao professor da Sala de Recursos o controle da freqüência do aluno. Caso a freqüência seja inferior a 60% no bimestre, com faltas não justificadas, o professor deverá informar a secretaria da escola que deverá providenciar o desligamento da Sala de Recursos com a ciência do responsável (se for o caso).

9 - Desligamento

- Deverá ser elaborado relatório pedagógico pelo professor da Sala de Recursos, da classe comum e equipe, informando o desligamento do aluno quando não houver mais necessidade deste atendimento (vistado pelo NAPES).

10 – Transferência

-Para transferência para outra Unidade Escolar além dos documentos exigidos, anexar cópia do relatório de acompanhamento da Sala de Recursos.

11 – Objetivos

O objetivo da Sala de Recursos é apoiar, dar suporte e orientação para a elaboração de estratégias metodológicas de acesso ao currículo, adaptando material e recursos alternativos para o processo de desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com as orientações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, o Atendimento Educacional Especializado realizado em Sala de Recursos Multifuncionais:

· O AEE é organizado para suprir as necessidades de acesso ao conhecimento e à participação dos alunos com deficiência e dos demais que são público-alvo da Educação Especial, nas escolas comuns .

· A organização do atendimento educacional especializado considera as peculiaridades de cada aluno.

· Alunos com a mesma deficiência podem necessitar de atendimentos diferenciados.

· É possível atender aos alunos em pequenos grupos, se suas necessidades forem comuns a todos.

· -Apóia o desenvolvimento do aluno com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação;

· disponibiliza o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização;

· oferece Tecnologia Assistiva – TA;

· faz adequações e produz materiais didáticos e pedagógicos, tendo em vista as necessidades específicas dos alunos;

· oportuniza o enriquecimento curricular (para alunos com altas habilidades/superdotação).

O AEE deve se articular com a proposta da escola comum, embora suas atividades se diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum.

O professor da Sala de Recursos multifuncionais tem como atribuições:

-Interações do professor do AEE com o professor de sala de aula

· O professor de AEE e o da sala de aula interagem no sentido de assegurar o acesso e a participação autônoma do aluno nas atividades escolares.

· Ele ensina os alunos da sala de aula a utilizarem os recursos que seu aluno utiliza em sala de aula.

· Com base nessas interações o professor do AEE avalia e reformula suas ações no sentido de buscar novas estratégias e recursos, ou seja, ele refaz e reajusta o seu plano de AEE para o aluno.

·

- Atuar, como docente, nas atividades de complementação ou suplementação por meio de técnicas e procedimentos de enriquecimento, compactação ou aceleração curricular;

- Atuar de forma colaborativa com o professor da classe comum para definição de estratégias pedagógicas;

- Promover as condições para inclusão dos alunos com NEE em todas as atividades da escola;

- Preparar material específico para uso dos alunos da Sala de Recursos;

- Orientar a elaboração de materiais didático-pedagógicos que possam ser utilizados pelos alunos nas classes comuns do ensino regular;

- Articular, com gestores e professores, para que o Projeto Político da instituição de ensino se organize coletivamente numa perspectiva de educação inclusiva;

- Promover o processo de inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais, possibilitando-lhe a conquista da autonomia e a independência em relação aos outros indivíduos.

- Facilitar o processo de construção de aprendizagem (livros, jogos, Braille, material para visão subnormal, LIBRAS etc.) oferecendo ao aluno técnicas e recursos específicos para promover novas aprendizagens;

- Auxiliar o professor de turma regular na busca de recursos pedagógicos que melhor atendam ás necessidades educacionais dos alunos (planejamento de atividades, formas de avaliação, metodologias etc.);

- Participar do planejamento, das reuniões pedagógicas, dos conselhos de classe e da elaboração do projeto pedagógico quando necessário.

12 – metodologia

O professor da Sala de Recursos irá intervir como mediador, em atendimento grupal ou individual, utilizando-se de recursos instrucionais de acordo com as necessidades de cada aprendiz, com vista favorecer-lhes o desenvolvimento global. Entenda-se por mediação, toda intervenção do professor junto as crianças que apresentam NEE, e que colabore para a melhoria de auto-estima do aluno e para sua reinterpretação do mundo como menos hostil e frustrante.A Sala de Recursos deve ser um ambiente que permita mudanças, desde o rendimento escolar do aluno até, e principalmente, de seu autoconhecimento.

O planejamento para trabalho com cada criança é traçado a partir de uma avaliação diagnóstica, realizada de maneira interventiva, objetivando a percepção das potencialidades do aluno, de acordo com suas reações, sem mediação e posteriormente, com mediação. Dessa forma o Plano para o Atendimento Educacional Especializado (AEE), configura-se como estratégia que facilita e clarifica o planejamento e avaliação dos alunos matriculados na Sala de Recursos Multifuncionais.Apresentando as seguintes características:

· O Plano de AEE resulta das escolhas do professor quanto aos recursos, equipamentos, apoios mais adequados para que possam eliminar as barreiras que impedem o aluno de ter acesso ao que lhe é ensinado na sua turma da escola comum.

· Para desenvolvê-lo é imprescindível uma articulação com o professor de AEE e os do ensino comum, entre os familiares do aluno e, se necessário, com profissionais da área clínica.

· Na execução do plano de AEE, o professor procurará avaliar sistematicamente o seu Plano, revisando-o e atualizando-o, quando necessário.

12.1- ROTEIRO PARA PLANO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

A. Plano de AEE: são as ações desenvolvidas para atender as necessidades do aluno. São específicas do AEE para que o aluno possa ter acesso ao ambiente e conhecimentos escolares de forma a garantir com autonomia o acesso, a permanência e a participação do mesmo na escola.

1. Objetivos do plano:

2. Organização do atendimento:

Freqüência (número de vezes por semana para atendimento ao aluno): ______

Tempo de atendimento (em horas ou minutos):___________

Composição do atendimento: ( ) individual ( ) coletivo

Período de atendimento: de ___________(mês) a ___________(mês)

Outros: ______________________

3. Atividades a serem desenvolvidas no atendimento ao aluno: Consulte os fascículos desta coletânea para selecionar atividades relativas aos objetivos do Plano de AEE.

4. Seleção de materiais a serem produzidos para o aluno.

5. Adequações de materiais: liste os materiais que necessitem de adequações para atender às necessidades do aluno (exemplo: engrossadores de lápis, papel com pautas espaçadas, outros)

6. Seleção de materiais e equipamentos que necessitam ser adquiridos: liste os recursos materiais que precisam ser encaminhados para compra e/ou que já existem na sala de recursos multifuncional.

7. Tipos de parcerias necessárias para aprimoramento do atendimento e da produção de materiais: Ex.: costureira para fazer uma calça com enchimento para trabalhar com a criança, marceneiro para fazer a base de madeira de uma tesoura acessível, terapeuta ocupacional para produzir os talheres acessíveis, entre outros.

8. Profissionais da escola que receberão orientação do professor de AEE sobre serviços e recursos oferecidos ao aluno:

Professor de sala de aula

Professor da Educação Física

Colegas de turma

Diretor escolar

Equipe pedagógica

Outros. Quais: ________________

B. Acompanhamento e avaliação dos resultados:

1. Indicação de formas de registro:

O plano deverá ser avaliado durante toda a sua execução.

O registro da avaliação do plano deverá ser feito em um caderno ou ficha de acompanhamento.

No registro, deverão constar as mudanças observadas em relação ao aluno no contexto escolar: o que contribuiu para as mudanças constatadas; repercussões das ações do plano de AEE no desempenho escolar do aluno.

2. Resultados obtidos diante dos objetivos do Plano de AE:

C. Reestruturação do Plano: liste os pontos de reestruturação do Plano de AEE, caso os objetivos do Plano não tenham sido atingidos.

Pesquisar e implementar outros recursos.

Estabelecer novas parcerias.

Outros

Todo trabalho é centrado na realidade da criança em sua entidade, seu nome, sua família, suas motivações, no que ela já sabe, em seu repertório de competências, em suas habilidades, em sua singularidade, completando ou suplementando o trabalho pedagógico realizado em classe comum. A partir desse espírito de acolhimento e respeito, cria-se uma abertura para o dialogo, abrindo-se para o novo, para o outro e para o entorno.Trabalhando-se sempre o cognitivo junto com o afetivo, criam-se vínculos que facilitarão e darão maior sabor a aprendizagem. O atendimento poderá ser em grupo (no máximo 5 alunos), de acordo com as NEE apresentadas e/ou nível de escolaridade, de duas ou cinco vezes, por semana, não ultrapassando 2 horas diárias.

13-Conteúdos trabalhados na Sala de Recursos no Atendimento Educacional Especializado

Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.

Língua Portuguesa na modalidade escrita.

Produção e adequação de materiais didáticos e pedagógicos com base em imagens.

Sistema Braille.

Orientação e mobilidade.

Tecnologias de informação e de comunicação (TICS) acessíveis: ponteiras de cabeça, acionadores, mouses, teclados com colméias, sintetizadores de voz, entre outros.

Produção de materiais táteis (desenhos, mapas, gráficos).

Sorobã (ábaco).

Disponibilização de materiais didático-pedagógicos acessíveis: transcrição de material em tinta para o Braille, áudio-livro, texto digital acessível e outros.

Recursos ópticos e não ópticos.

Produção de textos escritos com caracteres ampliados, materiais com contraste visual.

Estimulação visual.

Comunicação alternativa e aumentativa – CAA.

Recursos de acessibilidade: engrossadores de lápis, plano inclinado, tesouras acessíveis, quadro magnético com letras imantadas.

Indicação e aquisição e a adequação de mobiliário: cadeiras, quadro.

Desenvolvimento de processos educativos que favoreçam a atividade cognitiva.

Alfabeto digital, Braille tátil, Tadoma.

14– recursos pedagógicos

- Sala de aula

- Jogos de Alfabetização

- Fantoches

- Livros de História

-Quebra-cabeça(diversos)
- Jogos de memória

- Caixa de dominós: formas geométricas, Quantidades ,Orientação espacial,Figura fundo,Frases,Tamanhos,Associaçãodeideias,Alfabetização,Metade,Tabuada

- Loto leitura

- Tangran

- Loto aritmético

- Bloco lógico

- Papel, lápis, tesoura, cola, giz de cera, hidrocor, etc.

- Revistas

- Som micro system

- Reálias (bichos em miniatura da fazenda, zoológico, panelinhas, talheres, louça, bonecas, bichos de pelúcia, carrinhos etc.)

- Reglete

- Soroban

- Punção

- Dicionário visual para iniciantes (LIBRAS) (não editado pelo MEC)

- Dicionário de LIBRAS vídeo (enviado pela SEESP/MEC)

- Conjunto de volumes para iniciação de conversação em LIBRAS (SEESP/MEC)

-Coleção “A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar”-(MEC/SEESP/UFC)-10 volumes.

- Literatura infanto juvenil

- Computador com software DOX VOX ( entre outros ,para atendimento de adultos)

-Teclado colmeia

- Impressora laser

- Lupas manuais

-Literatura para adulto em BRAILLE

-Aparelho de CD e CDs de titulação variada

15 – Avaliação dos Alunos

“A avaliação, enquanto processo, tem como finalidade uma tomada de posição que direcione as providências para a remoção das barreiras identificadas, sejam as que dizem respeito á aprendizagem e/ou à participação dos educadores, sejam as que dizem respeito a outras variáveis extrínsecas a ele e que possam estar interferindo em seu desenvolvimento global”. (avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais/SEESP/MEC/2002)

A avaliação na concepção inclusiva propõe considerar o sucesso do aluno a partir dos seus avanços em todos os aspectos do seu desenvolvimento. Está voltada para o que o educando é capaz de criar, resolver, de descobrir, de decidir, diante de diferentes situações de vida escolar e extra-escolar. Registrar o desenvolvimento do aluno em sua trajetória escolar facilita a avaliação do professor, visando as novas etapas do processo de ensino.

Dessa forma a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva descreve o processo de avaliação da seguinte maneira:

A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua

.de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma prática cotidiana.(MEC/SEESP,2007)

O desenvolvimento pedagógico de cada aluno deverá ser registrado em pasta individual como avaliação contínua sem nota ou conceito.

De acordo com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) a avaliação deve ser construída sobre três dimensões:

15.1-A Avaliação em Sala de Aula:

Em sala de aula, o professor do AEE avalia como o aluno se relaciona com o conhecimento, como ele responde às solicitações do professor, se ele manifesta atitude de dependência ou autonomia e se é necessário o uso de recursos, equipamentos e materiais para acessibilidade ao conhecimento.

Ele avalia, também, se o aluno apresenta melhor desempenho em atividades individuais, em pequenos grupos ou em grupos maiores e a forma como ele interage com seus colegas.

O professor do AEE deve considerar, em sua avaliação, o modo como é feita a gestão da sala de aula pelo professor do ensino comum: a organização do espaço físico, o tipo de atividade proposta, se ele utiliza atividades que permitam o aluno se expressar, se ele está atento aos diferentes ritmos e estilos de aprendizagem dos alunos. Se ele utiliza estratégias da aprendizagem cooperativa e como procede em relação aos agrupamentos dos alunos. Essas informações podem ser obtidas em reuniões pedagógicas ou encontros com o professor do ensino regular.

15.2- A Avaliação na Sala de Recursos:

Na sala de recursos multifuncionais, o aluno com NEE ,poderá ser avaliado em função dos aspectos motores, do desenvolvimento da expressão oral e escrita, do raciocínio lógico matemático, do funcionamento cognitivo, da afetividade (comportamento e interação) e da relação que o aluno estabelece com o saber entre outras, de acordo com as NEE apresentadas pelo mesmo. Esta avaliação deve ser realizada preferencialmente através de situações lúdicas, as quais devem permitir a livre expressão do aluno.

15.3- A Avaliação na Família:

O professor do AEE poderá obter junto à família informações a respeito do aluno, sobre o seu desempenho nas atividades domiciliares, bem como sua relação com o ensino e com os conteúdos escolares.

É importante que o professor do AEE compreenda como o aluno se comporta em casa do ponto de vista da comunicação e da interação com os familiares, em que situações ele manifesta atitudes de autonomia e de dependência e como a família se relaciona com ele, ou seja, se há manifestação de superproteção ou de abandono.

O contato com a família é fundamental, para que se possa conhecer o comportamento do aluno no ambiente familiar, quais suas preferências, como ele se relaciona com os familiares, o que gosta de fazer durante os momentos livres e quais as expectativas da família em relação ao aluno na escola e fora dela.

Com base nas observações nesses três ambientes, o professor do AEE será capaz de construir um perfil do aluno, identificando as potencialidades e dificuldades do dele e dos demais atores envolvidos com esse aluno nestes três ambientes: sala de aula comum, sala de recurso multifuncional e ambiente familiar.

Para planejar o seu fazer pedagógico e estabelecer objetivos, o professor precisa conhecer as necessidades de seus alunos. As estratégias de trabalho e seus resultados deverão ser registrados para uma posterior troca de opiniões entre os profissionais da escola e com a família. O objetivo principal é assegurar que o aluno receba os meios e a resposta educativa de que necessita para progredir no sistema educativo em igualdade de condições.

Considerações Finais:

Nesta nova ordem social, em que a inclusão coloca a diversidade em um lugar de destaque, o preconceito, os juízos provisórios e as resistências que fazem parte da vida de todos nós serão, a todo momento, colocados à prova, pois diferentes manifestações sociais estarão sempre atentas às demonstrações de exclusão, mesmo aquelas mais sutis.

A transformação da escola regular em escola inclusiva deve ser um trabalho lento, responsável e coletivo, que encontra nas leis o amparo para sua realização, entretanto, esse trabalho depende principalmente, da mudança de atitudes frente à diversidade, da formação continua dos professores, de apoio das famílias e do envolvimento de todo o sistema educacional, pois mesmo que a inclusão seja um projeto escolar, sem o apoio e a orientação de órgãos superiores e de parcerias a inclusão não acontece.

Aceitar o diferente perto de nós e com ele compartilhar em todos os momentos de nossas atividades diárias é uma nova forma de conviver socialmente.

O presente projeto se propõe a oferecer aos alunos matriculados, meios para que dificuldades atenuadas, alternativas descobertas e o relacionamento aluno-escola seja melhorado.

Com objetivos de avaliar a construção do processo inclusivo no C.E.R.B, e mapear melhorias na construção do processo inclusivo desta unidade escolar, elegi a escola como espaço para realização de pesquisa de campo aliada a universidade UERJ/CEDERJ. O Trabalho de conclusão do curso de pedagogia apresenta o seguinte tema: Educação Inclusiva: Direcionando o Olhar sobre as Práticas Excludentes na Escola Pública. Em anexo a este projeto o capítulo 3 , que relata os resultados da pesquisa e as possíveis soluções apontadas pela mesma.

Ao final do ano letivo, serão avaliados junto a equipe pedagógica da escola, professores das classes onde os alunos estão incluídos, direção, equipe do NAPES e professor da Sala de Recursos, se as metas traçadas para o projeto foram atingidas; considerando a flexibilidade nos processos educativos e visando a melhoria da qualidade na construção da inclusão.

Desejamos que, através do trabalho desenvolvido na Sala de Recursos, o aluno encontre o gosto pelo saber e se torne sujeito ativo de sua própria aprendizagem. Que, através das experiências vivenciadas e pela mediação desses recursos, desenvolva mais sua autonomia e aprimore seu relacionamento com as pessoas e com a comunidade.


15 - Dados da professora:


Helena Maria Viana Quaresma de Lourenço

Professora da Sala de Recursos

Matrícula n° 250.417-3

Professor docente II C-ensino fundamental

Graduação em Educação Artística (música).

Graduação em Musicoterapía

Graduação em Pedagogia das Séries Iniciais

Pós-Graduação em Psicopedagogia Institucional

Pós-Graduação em Atendimento Educacional Especializado

Curso de formação de Gestores e Educadores: Educação Inclusiva – Direito á Diversidade. MEC – 2004

Curso de formação de Gestores e Educadores: Educação Inclusiva – Direito á Diversidade. MEC – 2005

Capacitação em Educação Especial UERJ (Atendimento aos Deficientes Visuais e suas Metodologias especiais, curso de Educação Precoce, curso superdotado, curso para área de Deficiência Auditiva, curso de Orientação Familiar – total 310 horas aula).

Curso “Confecção de material Adaptado em relevo para Apoio do aluno com Deficiência visual” – CAP/SG/RJ 2005

Participação na II Semana cientifica da sociedade Pestalozzi do Estado do Rio de Janeiro – Escola superior de Ensino Helena Antipoff.

II Seminário Centro-Norte Fluminense – APAE Nova Friburgo – 2004

III Jornada Carioca de Reabilitação Infanto-Juvenil.SBA/SEESP.2004

I Jornada de Educação em Saúde: Uma Escola Para Todos – Necessidades Educativas Especiais e Inclusão Escolar SES/SMS/PMBJ.2007

Conclusão graduação em pedagogia das séries iniciais em 2011- UERJ/CEDERJ (Pólo de Nova Friburgo )

Conclusão de especialização em Atendimento Educacional Especializado (MEC/SEESP/UFC) em 2011- ( Pós-graduação)

REFERÊNCIAS

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3 A PESQUISA COMO ALIADA NA CONSTRUÇÃO DA ESCOLA INCLUSIVA

Levando-se em conta a construção de práticas inclusivas na escola pública, este trabalho objetiva de maneira geral mapear os fatores que continuam a fomentar o alto índice de alunos repetentes, oriundos de classes sociais e etnias menos favorecidas. Pontuando especificamente em seus capítulos as principais dificuldades encontradas pelos pais de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, entre elas: a alegação de que a escola não está preparada para receber seus filhos,dificuldades para realizar a matrícula, e suporte pedagógico não compatível com as NEE dos mesmos ao solicitar a matrícula de seus filhos na rede pública de ensino. Identificando no corpo docente da unidade escolar eleita para pesquisa de campo os princípios filosóficos que permeiam a práxis cotidiana acerca do processo inclusivo; avaliando as dicotomias existentes entre os instrumentos legais que norteiam as políticas públicas voltadas para a inclusão; e a implementação das mesmas pelo sistema educacional de forma hierárquica.

Observando-se neste contexto, que apesar das ações sugeridas pela Política Nacional de Educação Especial na Educação Inclusiva e da urgência de sua implementação. O espaço escolar encontra-se em fase de transição , modificando-se gradativamente de acordo com as necessidades apresentadas pelos alunos incluídos. Caracterizando-se as vezes como tradicional e conservador, as vezes como solidário,acolhedor e democrático.

3.1. Tipo de Pesquisa

Para a realização deste trabalho foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa e; quantitativa a fim de oferecer informações com maior consistência, dando suporte ao pesquisador para a comprovação da hipótese levantada: Que fatores continuam a alimentar a exclusão na escola pública? através do cruzamento de dados. De acordo com Oliveira (2009,p.15), “o pesquisador precisa dominar teoricamente e compreender toda produção acerca do tema que está trabalhando para elaborar um trabalho que aponte novos caminhos”.Optamos pela pesquisa-ação para desenvolver a pesquisa de campo, porque segundo Pinheiro (2007, p.23 ):

A pesquisa – ação, como método de abordagem do real, tem sido apresentada pelos mais avariados matizes teóricos. Sua principal características, a intervenção, se presta tanto a ações integradoras, que levam à auto-regulação do objeto de estudo (grupo, instituição, movimento social, indivíduo) e a mudanças não radicais, como também à contestação das estruturas e á luta por transformações revolucionárias.

Sob esta ótica , a parceria da universidade com a escola pública constitui-se em importante instrumento de reflexão coletiva. A acessibilidade a formação continuada de qualidade, promovida pela Universidade Aberta do Brasil, mais especificamente o consórcio CEDERJ aos professores da rede pública . Tem possibilitado mudanças consistentes na práxis docente,e conseqüentemente na forma de pensar a escola pública.

Nessa perspectiva, o presente trabalho foi desenvolvido delineando como objetivo principal mapear os fatores que continuam a alimentar a exclusão de alunos com NEE na escola pública e suas causas. Sendo este questionamento respondido através da análise dos dados da pesquisa de campo; do cruzamento desses dados com o suporte teórico; e das observações feitas pela pesquisadora em seus 25 anos de magistério, como professora de classes comuns e como professora de sala de recursos multifuncionais na escola escolhida como campo de pesquisa.

3.2.Fontes de Pesquisa

No decorrer do trabalho foram utilizadas fontes de pesquisa secundárias , sendo constituídas por livros, periódicos de revistas , material referente ao curso de especialização em Atendimento Educacional Especializado, programas de Educação Inclusiva do Governo Federal (SEESP), artigos de Internet e outros materiais que possam conter informações relevantes ao tema abordado. E fontes primárias , constituindo-se as mesmas em questionários fechados , semi-abertos e depoimentos dos atores envolvidos na comunidade escolar ,escolhida como campo da pesquisa.

Entre os autores que nortearam a pesquisa estão Oliveira (2004), Stainback (1999), Mantoan ( 2010), Mitler (2003), Rópoli (2010), Mazzotta (2005) ,Monte(2004) por se constituírem atualmente como referência de pesquisa pela relevância de suas publicações, e pertinência ao tema escolhido pela pesquisadora.

3.3 Coleta e Análise dos dados

Para a coleta de dados da pesquisa-ação foram aplicados questionários fechados , semi-abertos. Como procedimentos para leitura dos dados serão utilizados: as leituras e análise dos textos que fizeram parte da revisão bibliográfica. As fontes foram selecionadas e consultadas, em visitas à biblioteca da universidade Santa Dorotéa em Nova Friburgo, biblioteca do CEDERJ e livrarias ,para executar a pesquisa com os autores selecionados. Como campo alternativo de pesquisa foram utilizados os sites e bibliotecas virtuais disponíveis na rede. Para a coleta de dados da pesquisa-ação foram aplicados questionários fechados ,e semi-abertos aos sujeitos da pesquisa que dessa maneira, puderam dar voz a sua forma de pensar a inclusão e as ações desenvolvidas nesta escola no decorrer do processo letivo. Ao término e durante a coleta e seleção de dados foram realizadas atividades de leitura e fichamentos de alguns livros, resumos e análises críticas das diversas fontes pesquisadas durante o período de coleta de dados bibliográficos. Paralelamente foram aplicados questionários e realizadas conversas informais com membros da comunidade escolar, objetivando colher depoimentos que retratem o imaginário coletivo acerca das práticas excludentes na escola pública. Para finalizar, foram cruzados os dados da pesquisa bibliográfica, com a pesquisa quantitativa que direcionaram a pesquisadora, para os possíveis resultados que surgiram acerca de :Que fatores continuam a alimentar a exclusão de alunos com NEE na escola pública?

3.4 Sujeitos da Pesquisa

Configuram-se como sujeitos da pesquisa 11 alunos do Colégio Estadual Ramiro Braga, os 11 professores regentes, 1 coordenadores pedagógicos, 1 Orientador Educacional, 2 coordenadores de turno, 1 secretária, 2 diretores da escola, 11 pais de alunos .

Os professores , e equipe pedagógica apresentam como formação acadêmica em sua maioria Graduação, e especialização em diferentes áreas. Os diretores estão sendo capacitados como gestores em serviço. E apresentam como formação profissional graduação em pedagogia, história e pós-graduação. Os pais de alunos apresentam nível de escolaridade multifacetado, entre eles: ensino médio completo, ensino fundamental, graduação, e poucos com especialização. Exercendo funções como comerciário, costureiras, cortadores, embaladores de confecção, jardineiro,operários em fábricas de embalagens , refrigerante, laticínios, mecânicos,pedreiros, serviços gerais, professores e pequenos comerciantes. Os alunos são oriundos do entorno da escola, bairros da periferia e distritos próximos ao centro do município. Estando a renda das famílias entre 01 salário a 5 salários mínimos.

No decorrer da coleta de dados fui surpreendida com o envolvimento dos sujeitos da pesquisa que mostraram-se orgulhosos de participar da mesma, entendendo que este poderia resultar em melhorias para a escola, alunos e membros da comunidade escolar. Entre elas: melhor articulação de professores, equipe pedagógica, gestores e famílias na busca de estratégias que concretizem a aprendizagem de todos os alunos. A reestruturação do Plano Político Pedagógico da escola, pautado em ações democráticas e inclusivas; capacitação dos docentes e funcionários de apoio e adequações físicas e pedagógicas ao espaço escolar.

3.5. Campo da Pesquisa

Colégio Estadual Ramiro Braga, fundada em 10/03/1930, localiza-se no município de Bom Jardim, região serrana do Estado do Rio de Janeiro. O município que nasceu por vocação agrícola, vem modificando seu perfil econômico com a instalação de pólo industrial (fábricas de embalagens,refrigerantes, laticínios, ração animal, produtos de limpeza) e pólo de moda íntima , o que vem acarretando crescimento econômico, social e populacional de forma desordenada. Atualmente em razão das catástrofe ocorrida em janeiro de 2011, o município vem enfrentando dificuldades em relação a infra-estrutura das vias , locomoção e transporte de alunos e professores. Muitas foram as perdas: financeiras, sociais entre outras , refletindo-se na vida das pessoas que moram em Bom jardim. A escola tem lutado para manter sua estrutura, melhorar o atendimento em todos os setores e ampliar e estender ações de apoio aos alunos e suas famílias.

Composta por: 31 turmas que contemplam do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, perfazendo um total de 750 alunos funcionando no período de três turnos manhã, tarde e noite. Apresenta em seu quadro docente 55 professores regentes, 15 professores distribuídos em coordenação pedagógica, secretaria e outras funções administrativas, além de funcionários terceirizados responsáveis pela limpeza, segurança e alimentação. A unidade escolar oferece aos seus alunos, biblioteca, laboratório de informática bem equipado e atualizado, banda Marcial, ateliê de artes, sala de recursos multifuncionais,e quadra de esportes.

A reflexão sobre minha práxis, e a oportunidade de vivenciar no decorrer dos meus 25 anos no magistério as mudanças ocorridas na Educação Especial .Através de minha atuação como professora de classe de classe especial, membro da equipe pedagógica da ETESP e professora de Sala de Recursos; me colocam em situação privilegiada para desenvolver a pesquisa –ação.E por fim, a busca contínua por melhorias em minha vida acadêmica, trouxe-me importantes bagagens que aguçaram meu entendimento através das graduações em musicoterapia, pedagogia, música e as especializações em psicopedagogia institucional e Atendimento Educacional Especializado.

3.6- Análise dos Dados

Ao promover a análise dos dados desta pesquisa, espero responder de forma clara, as hipóteses levantadas neste trabalho, como também contribuir na busca por estratégias educacionais, políticas e sociais que possam implementar práticas mais inclusivas, e proficientes direcionadas aos alunos com Necessidades Educacionais. Segundo Mantoan(2010,p.3):

A pesquisa pedagógica deverá empenhar-se no sentido de promover a autonomia das pessoas com deficiência mental, o que supõe o uso de habilidades intelectuais alternativas, ou seja, comportamentos que são compatíveis com a capacidade intelectiva de cada sujeito, em um dado momento e perante um determinado conteúdo.

Sob o viés de promover a acessibilidade à aprendizagem,e buscando identificar os fatores que alimentam a exclusão na escola pública. A pesquisa pedagógica além de debruçar-se sobre as pessoas com deficiência mental, deve oportunizar soluções educacionais e pedagógicas que visem a autonomia de todos os alunos. Principalmente os excluídos dentro dos muros da escola por dificuldades de aprender e produzir de acordo com o padrão estipulado; ou por fazer parte das minorias no grupo, ou porque apresentam alguma necessidade específica de ordem sensorial, física , intelectual e psíquica. Todos os alunos devem ter o direito de construir a própria autonomia , otimizando habilidades intelectuais alternativas, de acordo com sua capacidade através de mediações com seus pares, com professores capacitados que entendam como se processa o mecanismo cognitivo e que intervenções podem ajudar de forma concreta a cada sujeito-aluno a aprender . A utilizar esse conhecimento para melhorar a sua vida e a conquistar seu lugar no mundo. Para Mantoan (2010) é preciso revisar os processos de produção de incapacidades intelectuais de forma prioritária na escola, para se localizar os obstáculos que criam situações de inadaptação na vida acadêmica de todos os alunos. Nessa perspectiva a construção do pensamento inclusivo por todos aqueles que participam da comunidade escolar, constitui-se em importante ferramenta para diminuir a exclusão na escola pública.

3.6.1 Fatores que Dificultam a Inclusão na escola Pública

Como instrumentos de pesquisa de campos foram eleitos questionários fechados , e uma questão aberta para professores, gestores, Orientadores Pedagógicos, secretária e funcionários de apoio. Para os alunos foram utilizadas quatro questões semi-estruturada com objetivos de dar voz a sua forma de ver e pensar a escola.

Ao delinear o perfil dos professores que participaram da pesquisa dos 11 entrevistados 100% concluíram a graduação , e 55% tem pós-graduação na área educacional. Quanto aos vínculos empregatícios 90% dos entrevistados tem 2 vínculos, sendo distribuídos nas redes estadual e municipal; e 30% tem 3 vínculos distribuídos entre as redes municipal, pública e particular. O que caracteriza a sobrecarga de trabalho , e remuneração insuficiente e indigna para a condição docente. Para Marques (2010) dentre as causas do fracasso da educação brasileira , destacam-se a desvalorização da profissão de professor e a conseqüente baixa remuneração de suas atividades.

Entre as questões levantadas na pesquisa com os professores,gestores, orientadores pedagógicos, e secretaria foram escolhidas quatro (4) perguntas entre elas: 1) Para você o que pode dificultar a inclusão na escola pública? De acordo com as alternativas apresentadas, 100% aponta classes com excedentes de alunos,90% ausência de material pedagógico específico; 70% dos entrevistados considera que entre os fatores que podem dificultar a inclusão na escola pública o fato de os professores estarem despreparados para receber alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) ; dificuldades para promover as adaptações necessárias aos alunos com NEE, 60% apontam a ausência de políticas públicas que priorizem a inclusão, equipe pedagógica despreparada para oferecer suporte necessário quanto as estratégias legais para a inclusão,40% consideram apoio insuficiente dos gestores da escola , apoio insuficiente da família do aluno,remuneração incompatível com a função docente,inclusão não priorizada pela Secretaria de Estado de Educação; 30% consideram que a inclusão do aluno com NEE demanda mais horas de trabalho do docente, 1% considera que o aluno com NEE não consegue aprender.

Pode-se constatar através desses dados , alguns fatores que continuam a alimentar a exclusão na escola pública: classes superlotadas, professores despreparados para ensinar e oferecer suporte pedagógico específico a todos os alunos apesar do nível de graduação e especialização; dificuldades de acessibilidade a material pedagógico específico como ex: livros didáticos em Braille, globo em alto relevo entre outros . Equipe pedagógica despreparada para oferecer o suporte necessário aos docentes; apoio insuficiente dos gestores da escola e da família , a desinformação acerca dos instrumentos legais e da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, e , de como usá-la em favor de todos os alunos da escola. Segundo Marques,(2010,p.1):

Os problemas vividos pelos alunos durante o processo educacional se agravam diante da constatação de que quase a totalidade dos professores em exercício desempenha suas atividades a partir de precária formação recebida nos cursos secundários ou mesmo nos cursos superiores (...) soma-se a este fato a escassez de oportunidades de reciclagem e aperfeiçoamento, o que representa um grande obstáculo para a melhoria de suas práticas,contribuindo para que suas concepções e conhecimentos se cristalizem cada vez mais , comprometendo sua capacidade de reflexão e disposição para a mudança.

Para Mantoan (2010) as escolas estão pautadas para atender um aluno idealizado a partir de um projeto escolar elitista, produzindo quadros de exclusão que têm prejudicado a trajetória educacional de muitos estudantes.

3.6.2 A Defasagem Idade/Série:

Em relação a questão nº 2) Quanto a defasagem idade/série apresentada pelos alunos no 2º segmento do Ensino Fundamental 100% dos entrevistados consideram que são fruto de estratégias do sistema educacional impostas hierarquicamente aos professores; 90% consideram o fato dos alunos chegarem ao 2º segmento sem saber ler e escrever; 80% apontam o não comprometimento dos alunos com os estudos, ausência de comprometimento da família dos alunos; 30 % consideram que os alunos apresentam dificuldades não foram detectadas pela escola, 20% consideram que as práticas pedagógicas no 1º segmento do ensino fundamental não são consistentes para a construção de aprendizagens proficientes, e que não foi direcionada nenhuma ação pela comunidade escolar, para diagnosticar as causas das repetências nesses segmentos; 10% acreditam que a escola desconhece os reais fatores que alimentam a repetência dos alunos.

Observa-se nas respostas dos entrevistados situações cotidianas vivenciadas na escola por professores, alunos, e gestores que ampliam os fatores que continuam a alimentar a exclusão na escola pública. Submetidos hierarquicamente ao sistema educacional que posiciona-se de acordo com os interesses políticos vigentes, projetos e planos são enviados a escolas sem consulta prévia aos docentes; que precisam implementá-los nas unidades escolares sem conhecimento teórico suficiente e sem a crença pessoal do sucesso das metas que precisam alcançar. Cintra (2009) sinaliza que “como já se constatou que situações continuadas de fracassos e frustrações podem abalar a motivação e o empenho profissional dos professores e, ainda , interferir com a crença de auto-eficácia dos mesmos”. Essa situação vem prejudicando os alunos que freqüentam o 1º segmento do ensino fundamental, que engrossam as fileiras de alunos repetentes chegando os mesmos ao 2º segmento do ensino fundamental sem saber ler , escrever, e imprimir significação aos textos e contextos veiculados na escola. Tendo como conseqüência o progresso tardio em sua vida acadêmica ; a impossibilidade de corresponder as expectativas- padrão dos segmentos dominantes da sociedade.;a baixa-estima e a necessidade de sobrevivência. Levam esses alunos a evasão escolar, e ao aumento dos excluídos na escola pública. Segundo Mantoan (2010,p.3):

A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras e, quase sempre, o que está em jogo é a ignorância do aluno, diante dos padrões de cientificidade do saber escolar. Em outras palavras , a escola exclui os que ignoram o conhecimento que ela valoriza e entendendo a democratização como massificação do ensino, não cria oportunidades para um diálogo entre os novos saberes que invadiram seu espaço.

Nessa perspectiva o desconhecimento das causas de dificuldades de aprendizagem e do baixo rendimento escolar, bem como o não comprometimento com ações que possam diagnosticar e direcionar estratégias de apoio aos alunos que apresentem Necessidades Educacionais Especiais(NEE); sejam elas permanentes ou temporárias . Constitui-se em importante fator de exclusão na escola pública. Dessa maneira o foco do problema desloca-se do desconhecimento dos professores, equipe pedagógica, e gestores , para a incapacidade do aluno. Expressando dessa forma construções imaginárias dos professores e comunidade escolar acerca do aluno com NEE. Para Oliveira (2004) o processo de representações excludentes sobre as pessoas que apresentam necessidades especiais se apresenta como uma problemática ético-política, envolvendo conflitos, tradições e relações de poder.

3.6.3 Situação Socioeconomica

A questão nº 3) refere-se a situação socioeconomica dos alunos, 80% dos entrevistados aponta que a sobrecarga de trabalhos e atribuições das famílias não permite maior participação na vida escolar dos filhos; 30% dos entrevistados se colocaram , afirmando que alunos de baixa renda apresentam menor rendimento. A ausência dos pais na vida acadêmica dos filhos, sugere para além das fronteiras sociais . Lacunas existentes na relação escola-família acarretando prejuízos para os alunos e para a escola ; que perde aliados importantes na construção da credibilidade , e respeito do trabalho realizado nas unidades escolares. Como conclui Mitler (2003,p.205):

(...) Nós precisamos repensar a base inteira de relações entre família e a escola para todas as crianças. Inventar modos novos de trazer os professores e os pais para uma relação de trabalho melhor é válida para a própria causa e também beneficia todas as crianças , os pais ,e os professores. Além disso, pode provocar um impacto sobre a aprendizagem das crianças e promover a inclusão social, assim como a inclusão escolar , sobretudo àqueles pais que estão experimentando a exclusão social.

A afirmação de que alunos com baixa renda apresentam menor rendimento, por si configura-se em representações e construções sociais dos docentes, sendo as mesmas discrirminatórias em uma escola que não é pensada para todos os sujeitos, mas para a classe dominante. Sob esta ótica é preciso repensar os padrões de avaliação e seus critérios na construção de uma escola inclusiva. Para Mantoan (2010) a proposta escolar inclusiva difere muito daquela que é típica das escolas tradicionais, em que ainda atuamos como docentes, e daquelas em que fomos formados para ensinar.

3.6.4 Sala de Recursos Multifuncionais

A questão nº 4) diz respeito a Sala de Recursos Multifuncionais (SRM),que oferece atendimento referente a educação especial, perpassando todos os segmentos do ensino regular. Inserindo-se na escola pesquisada como suporte oferecido aos alunos com NEE, na busca por melhorias e acessibilidade em suas aprendizagens. Sob este item ,70% dos entrevistados considera esse atendimento insuficiente para que os alunos superem suas dificuldades; 60% consideram as parcerias entre o professor da SRM e professor da sala de aula insuficientes. A coleta de dados acerca deste atendimento in locus retrata a SRM com 15 alunos matriculados; entre as NEE apresentadas pelos alunos encontram-se Deficiência auditiva (D.A) 2 alunos, surdez 1 aluno, cego 1 aluno (DV),Deficiência Intelectual (DI) 9 alunos, Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) 2 alunos. Baixa Visão (D.V)1 aluno. O Decreto 6.571 de 17 de setembro de 2008, dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado(AEE) e normatiza as ações das Salas de Recursos Multifuncionais responsáveis por este atendimento. De acordo com a Política Nacional de Educação Especial, na Perspectiva Inclusiva SEESP/MEC (2008):

É um serviço da educação especial que [...] identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas (SEESP/MEC, 2008).

O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino.

O AEE não se confunde com reforço escolar. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros.

Sendo elegíveis para esse atendimento, alunos com deficiência: aqueles com impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual ou sensorial que podem ter obstruída/dificultada sua participação plena e efetiva na sociedade diante de barreiras que esta lhes impõem, ao interagirem em igualdade de condições com as demais pessoas . Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com autismo clássico, (1) síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) e transtornos invasivos sem outra especificação e alunos com altas habilidades/superdotação.

Dessa forma, o AEE configura-se como um suporte a inclusão de alunos com características específicas , em um tempo determinado de 2 horas diárias , no mínimo 2 vezes por semana, individual ou em grupo de acordo com as necessidades do aluno. A resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009, que institui diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial indica que este atendimento deve ser compartilhado por toda a comunidade escolar e não apenas pelo professor de Sala de Recursos Multifuncionais(2009,p.3):

Art. .9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na Sala de Recursos Multifuncionais ou centros de AEE , em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais de saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento.

Nessa perspectiva observa-se entre o pensar coletivo dos professores dessa escola, a visão de que o atendimento da Sala de Recursos Multifuncionais(SRM) deveria dar conta de todas as dificuldades dos alunos, e que a professora da SRM seria responsável por todo o planejamento escolar no que se refere aos alunos com Necessidades Educacionais Especiais, na sala de recursos ou em sala de aula. Esse modo de pensar as ações pedagógicas endereçadas aos alunos com NEE, de forma não compartilhada; está entre os fatores que ajudam a alimentar a exclusão nessa escola. Outro fator excludente se refere ao Sistema Estadual de Educação, que não oferece número suficiente de professores para atendimento em Sala de Recursos. Sobrecarregando o professor que atua na mesma ,com uma carga horária de 22 horas semanais, devendo cumprir a carga de forma vertical para que os alunos possam ser atendidos no contra-turno. Além das atribuições de visitas a outras escolas onde estejam matriculados os alunos que frequentam a sala de recursos; apoio a família, orientações a professores e comunidade escolar. O atendimento é necessário, os instrumentos legais garantem esse direitos aos alunos , mas os sistema Estadual e Municipal de educação no município de Bom Jardim ainda não oportunizam a oferta do serviço de forma a atender de maneira satisfatória a alunos , professores e famílias.

Entre as ações sugeridas como necessárias para que a inclusão aconteça nesta unidade escolar da melhor maneira possível os professores, gestores, funcionários e pais citam: melhor preparo dos professores, comprometimento da família, otimização de recursos e ambientes de forma adequada,capacitação permanente para professores, redução do nº de alunos nas turmas, ações transdisciplinares entre todos os segmentos da escola visando melhorar o suporte oferecido aos alunos com NEE, planejamento de ações que envolvam e apóiem a família na escola, contratação de mais um professor para Sala de Recursos Multifuncionais, ações coletivas de combate ao preconceito , material didático que atenda as necessidades dos alunos, comprometimento dos professores com a inclusão, estudos de casos realizados regularmente entre professores, equipe pedagógica e gestores,comprometimento dos órgãos competentes em agilizar as ações já legitimas em relação à inclusão, acompanhamento multidisciplinar para o aluno, professor e família. Observa-se nestas sugestões a conscientização dos entrevistados, acerca das estratégias necessárias para que o processo inclusivo de todos os alunos na escola pública, seja construído coletivamente sobre bases consistentes e mais justas. Segundo Fávero (2007,p.25):

A nossa Constituição Federal elegeu como fundamentos da República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art.1º,inc.II eIII), e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem de todos , sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação(art.3º,inc.IV).

Entende-se que, esse processo demanda permanente reflexão de todos os envolvidos na busca da escola pública que se faça para todos

3.6.5 Perfil dos Educandos Entrevistados

Os dados da pesquisa realizada com os alunos indicam que: 90% dos alunos entrevistados encontram-se matriculados no 2º segmento do ensino fundamental na faixa etária dos 13 aos 21 anos; freqüentando as turmas de 6º, 7º e 8º anos; sinalizando defasagem idade/série desses alunos. 10% dos alunos entrevistados encontram-se matriculados no 1º segmento do ensino fundamental na faixa etária dos 10 aos 12anos cursando o 3º ano. 60% dos alunos apresentam Necessidades Educacionais Especiais entre elas : Deficiência Intelectual , Deficiência Visual, e Transtorno Global do Desenvolvimento; 40% dos alunos apresentam dificuldades para aprender de causas sociais como pobreza extrema, evasão escolar, violência familiar entre outras.

3.6.6 Sobre a escola

Em relação a escola 100% dos alunos relatam que gostam de a escola, têm amigos, e participam de todas as atividades na escola; 90% se sentem aceitos pelos professores e colegas e consideram que vir a escola é importante para conseguir trabalho, e melhorar de vida. 60% mostram-se satisfeitos com os apoios disponibilizados pela escola, 40% não estão satisfeitos com os apoios disponibilizados pela escola, 10% não se sentem aceitos pelos professores e colegas . Como dificuldades citam ler, escrever , fazer cálculos, e a falta de professores. Entre as atividades preferidas constam as aulas de artes, educação física e a biblioteca . A constatação através dos dados da pesquisa da visão positiva dos alunos sobre o ambiente escolar, e a aceitação dos mesmos por professores e colegas. Indica-nos, que apesar dos fatores excludentes, esta escola encontra-se em construção do processo de inclusão , sendo necessário implementar novas ações como as sugeridas pelos entrevistados como necessárias para que a inclusão aconteça.. Para Fávero (2007,p.38):

Mesmo que não consigam aprender todos os conteúdos escolares, há que se garantir aos alunos com severas limitações o direito a convivência na escola, entendida como espaço privilegiado da formação global das novas gerações . Uma pessoa , em tais condições , precisa inquestionavelmente dessa convivência.

Sob esta ótica, deve-se oportunizar a todos os alunos que se beneficiem do ingresso na escola de forma produtiva, prazeirosa e justa.

3.6.7 Pais e a Escola

Entre as questões levantadas na pesquisa realizada com os pais 40% alegam que houve dificuldade para realizar a matrícula de seu filho em uma escola do ensino regular,60% dizem que a escola alegou inicialmente não estar preparada para receber seu filho. 90% dos pais participam das reuniões de pais e comemorações na escola; 80% têm consciência dos direitos de seus filhos e 20% não têm consciência dos direitos de seus filhos; 70% entende que tipo de dificuldade e/ou habilidade seu filho pode ter em relação a deficiência , e 30% alegam não entender que tipo de deficiência e/ou habilidade seu filho tem. 70% considera que os apoios oferecidos pela escola com relação a aprendizagem de seu filho são insuficientes e 30% consideram que os apoios oferecidos pela escola a seus filhos são suficientes. A análise dos dados acima, revela o preconceito da escola regular em relação ao aluno com Necessidades Educacionais Especiais, quando alega que está preparada apenas para os ditos normais, como nos dizem 60% dos pais entrevistados). Sendo este um dos muitos fatores que alimentam a exclusão na escola pública.

A aceitação da diferença implica em mudanças em toda a estrutura escolar: pedagógica, administrativa , de gestão e na própria missão de ensino postulada pela escola. Devendo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva e atualização do Projeto Político Pedagógico , inserir-se como documentos norteadores para essas práticas.Para Fávero(2007), A escolaridade dos alunos com deficiência compete às escolas comuns da rede regular que, para não continuarem criando situações de exclusão , dentro e fora das salas de aula,devem responder às necessidades de todos os educandos com práticas que respeitem as diferenças.

O não entendimento da deficiência e das dificuldades e/ou habilidades que o filho apresenta, bem como, o desconhecimento dos pais dos direitos a que deveriam ter acesso revela–se como fator de exclusão de muitos alunos da rede pública de ensino. Geralmente os pais sentem-se inseguros e despreparados em relação a deficiência de seu filho,e isso pode gerar dificuldades nas relações familiares; nas relações com a escola e nas relações com médicos e terapeutas.Cabe aos profissionais auxiliar, apoiar e orientar os pais na trajetória de inclusão de seu filho, seja ela na escola , em outros espaços sociais ou na família. Segundo Paula (2007,p.7):

Para se construir uma sociedade inclusiva é fundamental que as famílias tenham autonomia para cuidar das questões relacionadas às necessidades especiais de seus filhos. Em uma sociedade inclusiva, as famílias de pessoas com deficiência devem estar presentes em todos os momentos, participar das decisões, fazer valer os seus direitos e lutar por melhores condições de vida para todos.

Dessa forma, os pais devem estar presentes , acompanhar e participar da resolução de problema na escola relacionadas ao dos alunos, em especial o de seu filho, ajudando-o a superar as dificuldades e apoiando seus progressos.

Entre as expectativas para a escolarização de seus filhos apenas 30% dos pais colocam-se , dizendo desejar que seu filho possa se adequar e produzir como os outros na sociedade, ser aceito e ser independente. O fato de 70% dos pais simplesmente não declararem as expectativas acerca de seus filhos, sinaliza um grave fator de exclusão; como aceitar sua deficiência se os familiares não entendem e não esperam que seu filho consiga aprender? Para Paula (2007) muitos pais não sabem como agir e nem decidir o que é melhor para seus filhos , deixando para médico, professores, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas essa responsabilidade.

3.6.8 Funcionários de Apoio

A pesquisa respondida pelos funcionários de apoio contou com membros da equipe de cozinha, xérox, e limpeza. Em relação as questões levantadas 30% relatam não saber lidar com alunos com NEE, entendem que esses alunos são como todos os outros alunos da escola,70% relatam que alunos com NEE entendem e respeitam as normas colocadas pela escola, e que se orgulham de fazer parte de uma escola que respeita a diferença. Sugerem entre as ações que poderiam melhorar a inclusão dos alunos com NEE na escola: Capacitação para todos os funcionários da escola, apoio das esferas governamentais, mais profissionais na escola para atender a demanda de todos os alunos. Observa-se neste dados a dicotomia existente entre a desinformação, quando colocam não saber lidar com alunos com NEE. E, o posicionamento pessoal de aceitação desses alunos pelos funcionários; quando relatam ter a consciência de que esses alunos são como todos os outros , entendem e respeitam as normas colocadas pela escola. Essa visão é fruto da convivência dos funcionários com os alunos com Necessidades Educacionais Especiais e demais alunos, em uma relação de respeito e aceitação.

Embora relatem a sua dificuldade em lidar com eles , ao questionar porque responderam que não sabem LIBRAS, e tem dificuldades de se comunicar com a aluna surda . Ou seja, são informações específicas que dependem de capacitação, ou acesso a intérprete de LIBRAS dentro da escola. As sugestões apontadas indicam comprometimento com a causa inclusiva, e refletem o trabalho desta escola na busca para construir cotidianamente a inclusão de seus alunos. Os alunos com NEE, começaram a ser atendidos pela escola em 1995 através da Sala de Recursos, e aos poucos foram sendo incluídos no ensino regular. A aceitação do diferente passa pela convivência, pelo conhecimento e pelas relações tecidas entre os atores da comunidade escolar. Considerando-se o termo “aceitação”, deve-se entender o mesmo como uma mudança do paradigma seletivo da discriminação e preconceito; para o paradigma inclusivo .colocando o aluno como foco de toda a ação educativa e possibilitando a todos os envolvidos a descoberta contínua de si e do outro, enchendo de significado o saber/sabor de educar.



PROJETO SALA DE RECURSOS

Colégio Estadual Ramiro Braga


Algumas conquistas importantes em nosso percurso:

1994 – Trabalho de educação Precoce


2004 – Transplante de Córnea do aluno Fábio Júnior através do Lions Clube


2005 – Reunião equipe do NAPES – Região Serrana II, equipe pedagógica do CERB, professores que iria receber Filipe para inclusão na classe de alfabetização (cego) e sua mãe e direção da escola.


Filipe em atividades na escola:


2006 – Feira Estudantil do CERB

Alunos do curso normal

Montam oficina sobre Deficiência

Visual, fazendo os visitantes

Experimentarem sensações do cego.


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